Pesquisa revela falta de cobertura dos jogos paralímpicos na TV

Texto: Érica Guckert

Revisão: Gustavo Zonta

 

O mestre em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Guilherme Gonçales Longo, apresentou na tarde desta terça-feira, 4, seu trabalho de dissertação de mestrado: “Uma análise de cobertura das Paralimpíadas Rio-2016 na Rede Globo de Televisão”. A apresentação trouxe à tona questões que hoje em dia ainda são discutidas na sociedade, a falta de cobertura dos jogos paralímpicos em emissoras de tv.

Em seu trabalho, Longo realizou uma pesquisa durante os 12 dias em que o evento aconteceu no Rio de Janeiro. Na avaliação,  observou que em diversos momentos as reportagens veiculadas sobre a competição se repetiam nos telejornais da emissora. O que evidencia a falta de destaque e aprofundamento dos materiais produzidos pela equipe durante as paralimpíadas. Ao todo, foram analisadas 256 peças, que consistem em reportagens, entradas ao vivo, matérias especiais, entre outros conteúdos. 

O jornalista levantou outro debate importante, a falta de visibilização dos esportes coletivos nas paralimpíadas. “É uma contradição, pois no Brasil o esporte mais importante é o futebol, que é um desporto coletivo, e nas paralimpíadas são pouco divulgados”, destaca.

Longo também cita que, durante a sua análise, ficou evidente que o mais importante durante a cobertura das paralimpíadas eram os resultados positivos, ou seja, o ganho de medalhas. 

Xenofobia e futebol

Na apresentação de grupos de pesquisas, tiveram presentes outros participantes que também abordaram temas relacionados ao esporte, mas com narrativas diferentes. João Vitor Nunes Marques, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), abordou o tema “Discurso de ódio xenofóbico no futebol: o caso da Copa do Nordeste”.

O trabalho em questão relata o episódio de xenofobia cometido pelo locutor radialista Domênico Gatto, que em uma discussão esportiva na plataforma do Youtube, disse a seguinte frase. “A Copa do Nordeste é um lixo, é uma porcaria”. Foi nessa polêmica, que João iniciou sua pesquisa, se baseando em tweets publicados na rede social X, antigo Twitter. 

João realizou a pesquisa a fim de evidenciar como as pessoas usaram esses tweets para reforçar o discurso de ódio contra a região Nordeste. Ele coletou um número de tweets e os separou em categorias para análises. 

Foram identificadas 11 categorias nesse meio, algumas delas utilizaram os argumentos esportivos para “mascarar” a fala xenofóbica do radialista. Outras citações utilizadas nessa polêmica foram os de igualdade, humor, geolocalização e descontextualização.

Também foram abordados temas como “Gestão da identidade nas mídias sociais: a representação de mulheres atletas com deficiência no Instagram” e “Representações de gênero em Vereda Tropical: futebol e telenovela na década de 1980”.

 

Erica Guckert

 

 

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